A morte nos separou
-...Sim, sim...Obrigada por me informar... Eu falarei com ele... Sim, sim...Robin-chan me ligou um pouco antes de você...- Uma mulher de cabelos negros falava por meio de um aparelho eletrônico.
- Mãe? - Um adolescente apareceu no cômodo, bocejando - Quem é...? Está tudo bem?
- Eu tenho que desligar. Tenham um bom dia. - Ela abaixa o aparelho e sorri para o menino - Acordado tão cedo meu amor?
- Eu ouvi vozes...Achei que o pai tinha voltado pra casa... - Solta um longo bocejo - Mas agora estou com fome! Comidaaa!
A jovem mulher apenas riu, e os dois se encaminharam para a cozinha.
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-...Hmmm? O quê aconteceu? - Porter Deace começou a abrir os olhos devagar, ainda zonzo e perdido.
- Finalmente você acordou. - Ace piscou algumas vezes, até identificar a figura de um homem loiro que o observava com muita atenção, e o que parecia um deixe de curiosidade. - Sr. Porter, imagino.
-...Hã...Sim...Esse é meu nome do meio - Olhou ao redor confuso, parecia que estava numa pequena sala usada provavelmente como escritório - Que lugar é esse? Quem é você?
- Você está no Museu Colorrosa, você teve um ataque de pânico no meio da exposição de piratas. Eu sou médico, e por sorte estava próximo e vi o que te aconteceu. Aliás, me chamo Cervantes Lawrence - Esticou a mão, a qual Ace apertou com firmeza - Eu preciso fazer-lhe algumas perguntas para certificar-me que o senhor se encontra bem.
-...Eu...Desmaiei...? - Pós a mão em sua cabeça.
- Sim, frente a exposição de barcos. ..Agora, pode me dizer quantos anos tem?
-...17 anos... - Tentava se lembrar o que realmente tinha acontecido.
- Mora na cidade? Desde quando?
-...Sim...Desde que nasci - Estava vendo livros, cartazes de procurados antigos...E então avistou aquele pequeno pedalinho.
- Tem irmãos? Vive com seus pais?
- Mais do que posso contar...E digamos que sim, meu pai e algo como uma madrasta...- ...Então lembrou-se daquele nome...O nome do menino sorridente, e que gritava e lamentava aos céus por sua morte...
- ...Seu cabelo é realmente negro?
- E tudo isso é realmente necessário? - Esse tal médico, apesar de parecer querer ajudá-lo, estava dificultando-o de lembrar o que realmente aconteceu, e também, não via como essas perguntas poderiam ajudar em alguma coisa.
O loiro sorriu sutilmente, como se estivesse satisfeito com seu questionamento.
- Algumas tinturas possuem componentes tão fortes que podem ser prejudiciais a longo ou curto prazo - Deu de ombros - Eu apenas tento buscar uma explicação para seu repentino ataque.
Essa explicaçãozinha não convenceu em nada o moreno, que levantou-se sem paciência.
- Obrigado, mas eu já me sinto bem melhor. Vou para minha casa agora.
- Como desejar Sr. Porter - O loiro levantou-se também - Ainda assim fique com meu cartão -Pós a mão no bolso e dele tirou um pedaço de papel branco - Acredito que ainda precisará de minha ajuda.
Seu primeiro impulso foi recusar, era como se o tal médico estivesse lhe dizendo que ele era um doente que precisava desesperadamente de ajuda, porém, uma pequena voz em sua cabeça insistia que aceitasse. Por isso acabou cedendo e tomando o cartão. Embora na verdade fosse apenas um pedaço de papel branco com o nome do médico em questão. Estava a ponto de alegar que seria impossível contatá-lo sem outras informações, porém assim que levantou a cabeça o homem já havia desaparecido.
-...Era o que me faltava...Pessoas desaparecendo do nada...- Suspirou, encaminhando-se até a porta.
- Sr. Porter? - A moça que lhe indicou as direções na entrada do museu o parou a poucos passos da sala - O Médico me disse que o senhor estava melhor, no entanto, gostaria que eu ligasse para alguém de sua família vir buscá-lo?
Era um ato de pura educação, mas por alguma razão lhe irritou profundamente.
-Eu não sou uma criança que precisa que seus irmãos venham buscar por que teve problemas - Alegou num tom mais grosseiro do que gostaria, notando apenas depois- ...Ah...Desculpe... Eu ainda estou nervoso com o que aconteceu...Não é necessário, eu irei sozinho.
Mas a funcionaria não pareceu minimamente ofendida, apenas sorriu e cumprimentou-lhe.
Estava ainda mais perturbado enquanto caminhava para casa, Monkey D. Luffy...Conhecia esse nome... Era um famoso pirata de 500 anos atrás, um dos mais conhecidos por seus feitos narrado no livro "One Piece", obra que possuía o mesmo nome de um antigo tesouro...
Porém muitos até mesmo diziam que esse homem era apenas uma lenda... Criado pelo movimento revolucionário para expor o governo opressor que dominava parte do mundo... O que suas aventuras tinham de fantásticas, também tinham possuíam de controversas...
Mas agora, pelo menos, tinha uma ideia de onde começar a pesquisar...
Existiu um pirata nessa mesma época, com um nome parecido com o seu, Portgas D. Ace... Conhecido como irmão desse mesmíssimo Monkey...Até que uma guerra e a morte do primeiro separou os irmãos para sempre.
A Deace essa velha lenda sempre lhe causou enjoou, e agora, mais do que nunca, estava próximo de descobrir o porquê.