Capítulo V - Quando a morte vem em par

Ao tempo que Trafalgar Law desapareceu e Zoro foi a interrogar quem poderia saber de algo, duas presenças se surgiram frente o grande casarão.

-...Da próxima vez vamos vir voando! Esse teleporte ou seja lá como vocês bruxos chamam é uma porcaria! - Reclama um deles, de cabelos tão escuros quanto o ébano, pele bronzeada e olhos cor de fogo - Eu mal posso sentir minhas pernas ou minha cauda!

- Vamos, não seja tão dramático Ace - O segundo desdenhava, pele pálida e cabeleira loira, olhos azuis perolados e uma grande cicatriz que ocupava o lado direito de seu rosto - E você sabe que eu não voou tão rápido, ao contrário de você e do Luffy eu não tenho asas.

- Tenho certeza que sua magia poderia resolver isso - Seguiu resmungando Ace enquanto se encaminhavam para a porta.

- Sim, talvez.

Estava a ponto de dizer algo mais quando Ace o interrompeu.

- "Mas magias que modificam o corpo são perigosas, você sabe disso Ace" - Recitou numa patética imitação de voz do mais alto - Você só errou uma vez Sabo! E faz mais de cem anos! - Pós a mão na maçaneta de uma enorme porta de carvalho enquanto falava - Algum dia você vai ter que superar!

-...Não vamos falar disso agora- Suspirou cansado -Não é hora nem lugar para esse tipo de discussão.

- Ainda assim você...! Maldição! Qual o problema dessa porta?! - Continuava forçando a maçaneta e nada acontecia.

Sabo sorriu de lado, observando como o homem mais velho apoiava as duas pernas contra a madeira e ainda assim a porta não se mexia.

- Essa casa tem vida, meu caro irmão...- Sorriu maroto- Ela só vai abrir se você pedir "Por Favor"

- COMO SE EU FOSSE FALAR POR FAVOR A UMA PORTA!

- Eu imaginei que não.

- É melhor você abrir de uma vez porta maldita ou se nãao! - Afastou- se e suas duas mãos se cobriram de fogo.

-...Ace, é só você ter paciência com ela.

- Cale a boca Sabo! - Virou para o irmão que estava confortavelmente sentado numa pedra observando a cena, porém ao se voltar para a casa...

Havia um enorme cano posicionado exatamente na sua frente.

SLAAASH

O loiro caiu para trás de tanto rir ao tempo que Ace rosnava ao estar completamente encharcado .

- MALDITAA!- Gritou com as mãos completamente em chamas e as pupilas rasgadas como as de um gato.

- Deixe isso comigo maninho - O loiro aproximou-se tocando no ombro do mais velho e tomando a dianteira - Por favor Merry-Sunny, será que você poderia abrir a porta para nós? Queremos ver o Luffy.

Imediatamente ao fim de suas palavras a porta se abriu.

-...Eu não acredito nisso!!

Sabo sorriu indicando a abertura com um sorriso que dizia claramente "Eu avisei". Porém ao tentar dar um passo para dentro...

SLASH

E foi a vez do moreno cair sentado de tanto rir, vendo seu irmão tirar a cartola negra enxarcada de cima de sua cabeça.

-...Aparentemente...Merry-Sunny quer...Brincar um pouco - Seu tom de voz se tornava perigoso e chamas entre azuis e rubras tomavam seu braço, quase semelhante a seu irmão.

- Aaah! E o que aconteceu com o "Tenha paciência com ela~"?

- Quieto Ace.

A casa, porém, pareceu perceber ter passado dos limites, rapidamente como uma serpente o cano voltou para dentro e as madeiras pareciam tremer ligeiramente, como se temendo o pior.

Contudo, o bruxo apenas bufou e com um literal simples estalar de dedos obteve seu chapéu seco novamente. Ace por sua vez inclinou-se para trás e saltou, parando de pé. Para depois arder em chamas secando-se rapidamente.

- Ela deve estar agitada por causa da reunião de hoje.

- ...Só mesmo nosso Luffy para morar num lugar louco desses.

Os dois então se adiantaram para dentro do casarão, mas não foram muitos passos até que pararam novamente.

-...Tem algo estranho aqui - O loiro foi o primeiro a comentar.

Ace respirou fundo, deu três passos e seguiu farejando.

-...Eu sinto o cheiro de sangue humano...

- Você não esqueceu do "Fee Fi Fo Fum"? E por um acaso seu alfato não consegue dizer se é o sangue de um inglês?

O demônio desviou o olhar das paredes para encarar seu irmão confuso.

-...O quê?

- Literatura, meu irmão, literatura humana.

- Há! Como se eu fosse ler uma porcaria dessas!

- Você não pode odiar algo sem tentar entender como ele pensa primeiro - Advertiu andando até parar do lado do mais velho.

- Sim, eu posso! - Acrescentou com força, seus ombros pegando fogo - ...Eu tenho motivos suficientes para isso.

Sabo deu um sorriso triste, mas compreensivo.

- Sim, eu sei que tem...Que temos - E assumiu uma expressão séria -Então seja ele vivo, ou seja ele morto, você pretede carbonizar até seus ossos para depois por no pão?

- Não parece uma má ideia - As labaredas dançavam dos seus ombros até seu chapéu laranja, fazendo-o misturar-se com as cores do fogo. - Mas imagino que você primeiro quer saber como um humano veio parar aqui?

- Você me conhece, eu prefiro perguntar primeiro e matar depois.

- Contanto que matamos ele depois.

Sabo suspirou, mas concordou com a cabeça.

- Tudo bem Ace, matamos ele depois.

O moreno voltou a caminhar.

-...Mas.

- Mas o quê?! O que foi agora?!

- Temos duas opções se queremos achá-lo.

-...E quais seriam? - Já temia pelo pior.

O mais novo sorriu com graça.

- Ou pedimos com muita educação para a casa nos ajudar a achar o humano, ou teremos que usar a...Como você disse? Ah sim..."Porcaria de teleporte bruxo".

O mais velho rosnou, mas acabou por ceder irritado, tomando o braço do irmão e assim os dois desapareceram no ar.

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