Capítulo IX - Quando se é criança
ATENÇÃO - Esse capítulo ainda não foi revisado.
Dizer que Koala estava nervosa era pouco.
Quando Sabo saiu na tarde do quarto dia, ela estava preocupada. Era claro que ele não havia descansado direito desde que encontrou uma versão criança de seu irmão em meio ao incêndio.
Isso a deixava enervada, ele não havia mudado nada desde que era uma criança. Egoísta, focado num objetivo e esquecendo de tudo ao seu redor, até mesmo da sua própria saúde.
Talvez esse último ponto fosse excesso de convivio com Dragon...
Mas no final, todas as preocupações dele eram relativas ao exercito, vivia exclusivamente para trazer a liberdade as pessoas...Era tudo que ele tinha, não recordando nada de suas origens...
Até aquele fatídico dia...Lendo aquele jornal...E recobrando suas memórias todas de uma vez.
E então apareceu Luffy. O último vínculo com seu passado, algo mais para se preocupar além da revolução...Ela sabia que, mesmo que ele tivesse declarado que não ia abandonar os revolucionários - algo que sempre temeu que aconteceria quando recobrasse suas memórias - As coisas nunca mais seriam as mesmas.
E tinha razão.
Monkey D. Luffy, que acabou por ser também filho de seu líder, rapidamente tornou-se prioridade para o loiro, se Dressrosa fosse alguma pista disso... Sendo capaz de até mesmo peitar um Almirante apenas para ter certeza que seu irmãozinho teria o caminho livre.
Sabia que estava sendo egoísta.
Mas as vezes, quando tinha que ouvir horas e horas sobre o pequeno pirata, sentia certa raiva contra o criminoso. Sabo o havia conhecido quando eram crianças, pelo que entendeu não deveriam ter passado muito mais do que um ano juntos...E ainda assim construiram um laço tão forte...
Enquanto ela havia convivido com ele por mais de dez anos...E mesmo assim ele não se dava ao trabalho de atender um maldito Den Den Mushi enquanto estava focado em ajudar seu irmão.
Era injusto.
Quando amanheceu o quinto dia e ainda não havia qualquer sinal de seu companheiro, ou mesmo uma mensagem de Robin sobre sua chegada, ela começou a ficar preocupada. Tentou ligar para ele inumeras vezes, até o ponto de Hack ter que tirar o caramujo dela para que ele pudesse ter algum descanso. Sabo sempre foi irresponsável quanto a atender ligações ou rebortar aonde estava indo, maldito imprudente, mas algo lhe dizia que dessa vez não era intencional.
Chame de sexto sentido feminino.
Porém, quando a noite caiu e com ela iniciou-se a madrugada do sexto dia, o maldito pirata esqueleto que antes havia pedido para ver sua calcinha, apareceu com um Luffy adulto completamente enfaixado e encharcado de sangue, Koala esqueceu qualquer tipo de pormenor que poderia sentir pelo pirata, ajudando-o a ser levado para a enfermaria e ficando de vigia na porta.
O primeiro a aparecer perguntando sobre a saúde dele foi o ex caçador de piratas Roronoa Zoro. Isso não a surpreendeu, aparentemente ele parecia ser o braço direito de seu capitão, embora ela não sabia que função exercia no bando. O segundo foi o cozinheiro que treinou com Ivankov, Sanji, querendo saber se havia algum sinal de que o pirata iria acordar, algo sobre fazer uma grande refeição.
Em seguida voltou o esqueleto, que não tentou nada pervertido dessa vez, apenas entoando uma canção na porta da enfermaria, partindo logo depois com apenas um aceno de cabeça. Os últimos dois foram mais barulhentos. Primeiro o atirador, Usopp, que estava choroso, cansado, nervoso e tenso, tudo ao mesmo tempo. E por último o carpinteiro, completamente choroso também, mas decidido a partir com alguma de suas criações para encontrar Sabo.
Isso finalmente a aliviou um pouco, já estava ao ponto de ela mesmo entrar nessa nevasca para caçar aquele idiota.
Porém a calmaria não durou muito...Porque nessa mesma noite, Baltigo foi atacada.
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Quando Koala lhe disse que Baltico havia sido destruída, sua primeira reação foi a descrença. Depois, quando ela informou que havia sido obra dos piratas do Barba Negra, sentiu raiva, quando foi informado que Burguess foi o responsável, sentiu culpa.
Contudo, se estavam em código "Tempo", significava que Dragon havia decidido abandonar Baltigo de uma vez por todas, até mesmo destruindo intencionalmente parte dela para queima de arquivos.
Era uma sensação estranha...Saber que o lugar que você passou boa parte de sua vida, simplesmente, não existia mais... Era diferente de Goa, cujas únicas boas lembranças envolviam Ace e Luffy....Porém não tinha tempos para sentimentalismos agora.
Enquanto ouvia o relatório de Koala, não podia deixar de lembrar das palavras que disse ao Almirante Fujitora...Que iria a qualquer lugar do mundo se fosse necessário, caso seu irmãozinho precisasse de ajuda.
E agora ele estava.
Mas ele também era o Conselheiro e segundo no comando do exercito revolucionário. Eles já deveriam estar em Baltigo se não fosse pelos acontecimentos dessa ilha...
Esta era mais uma guerra que ele não esteve lá para lutar...
Seu irmãozinho, que jurou sob a lápide de Ace que cuidaria...E a família que o abrigou, que o ensinou e o treinou para ser o que era hoje.
Estava completamente entre a cruz e a espada, sem ter ideia do que fazer.
- ....Sabo, assim que recuperarmos o seu irmão e termos certeza que ele está bem, iremos imediatamente para onde estão os outros. Estão se dirigindo a Kamabakka.
-...Koala...
- A última coisa que eu quero agora é informar ao Sr. Dragon, no meio dessa enorme crise, que seu filho está sob risco de morte e não fizemos nada para ajudar.
Sabo, soltou a respiração que sequer sabia que estava segurando. Sentindo um enorme peso saindo de seus ombros.
-....Obrigado... -
- De nada. Agora, vamos fazer nosso trabalho!!
Os dois eram grandes egoístas.
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Acordaram entre a noite do quinto dia e madrugada do sexto. Nami não sabia bem que horas eram, apenas que havia uma criança saltitante e refleta de energia demandando atenção.
O dia se resumiu a esperar o tal irmão Sabo aparecer, receber ligações nervosas de uma revoluconária, lidar com o estoque infinito de energia de Luffy, fazer café da manhã, almoço e jantar, e atender mais ligações da mulher chamada Koala.
Não ia aguentar ficar esperado por mais tempo!!
- ...Estou começando a ficar preocupada - Comentou Robin ao anoitecer do sexto dia. Ela havia passado seu tempo contando histórias para Luffy, aninhando o bebê e vendo a coleção de livros ilustrados que possuía naquela casa - ...Ele já deveria ter chegado.
- Se tivessemos usado apenas as minhas habilidades, talvez já estivéssemos lá - Comentou Nami apenas por implicancia, enquanto terminava de fazer o jantar.
Cozinhar era tão exaustivo...Não sabia como Sanji conseguia aguentar viver assim...Cozinhando para todos eles.
Em dado momento da noite, quase ínicio da madrugada do sétimo dia, ocorreu ao pequeno Luffy mostrar algo.
- É o primeroh pesente que ganhê de meu avô!!- Exclamou feliz mostrando algo oval, preto e enorme entre as mãos.
-...Aaah sim, que boni- Começou a dizer a navegadora até notar que a coisa tinha...PATAS - AAAAAAAAAAAAAH!! T-T-T-T-TIRA ISSO DE PERTO DE MIM!!!
A criança olhou confusa, sem entender o porquê da reação, virando em seguida para a arqueóloga, que pegou um dos livros ilustrados, folheou e abriu numa dada página.
- É este aqui?
- OOOOH!!! SIIIIIM!! É ETE MESMO!!!
Nami, há uma boa distância, atrás da porta da cozinha, viu que no livro havia a mesma foto do inseto que Luffy segurava.
- Meu bobô disse que erah o tesoro de outra criança qui vivia aqui antes de mim. Eu nunca o conhecih...Mas bobô deu ele pra mim!!!
Robin sorriu maternal, acariciando o cabelo da criança enquanto elogiava o presente que ela estava mostrando.
A navegadora bufou frustrada, jurando que assim que esse Sabo aparecesse, teria que ouvir poucas e boas.
Será que nunca ouviu falar que mulheres e crianças sempre vão em primeiro?!
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Era manhã do nono dia quando Franky estava de frente com algo que nunca mais pensou que veria em sua vida...
Na costa aposta a onde haviam ancourado o Sunny, orgulhoso contra a neve, com sua imponência simples e tão cativante...
Estava o Going Merry.