Capítulo XI - Telescópio
"-Quem é você maldito?!"
"-Por que eu me apresentaria para um idiota que aparece do nada e me ataca?!"
"- He, você tem coragem idiota!"
Um chute visando o estômago, defendeu com a perna direita, um soco no nariz foi defendido com seu pulso esquerdo, ambos deram mortais para trás reavaliado um ao outro antes de voltar a atacar.
"- Então vamos ser sócios!"
"- Sócios?"
"- Vamos juntar um tesouro, comprar um navio e ser piratas! Vamos ser livres, Sabo!"
Nunca imaginou que voltaria a ver aquele rosto, sorrindo desafiante, começando uma briga por qualquer motivo. No começo tentou conversar com ele, tentar entender o que exatamente era...
Mas a cada vez, esse suposto Ace aproveitava sua abertura e dava-lhe um golpe, derrubando-o no chão rindo e anunciando outra vitória.
Não havia malícia em seus movimentos, como um usuário que estivesse aproveitando-se da aparência de seu falecido irmão para matá-lo ou conseguir informações do exército. Nada, parecia que estava ali apenas para essas pequenas disputas que eles tinham quando eram crianças.
Estavam na luta 44 e o placar estava 22 a 22 e não lembrava quando foi a última vez que havia se divertido tanto.
- Há! 23 pra mim! - Contou vitória depois de um chute particularmente forte que fez o moreno disparar duzentos metros, bater numa árvore e cair no chão. - Estou na frente!
Adiantou-se até o outro e esticou a mão, animado para seguir com sua pequena disputa.
Ace aceitou a ajuda para levantar, já se posicionando para uma nova luta.
- Não fique tão feliz, não será por muito tempo!
Era como ser criança de novo, com seus sonhos de liberdade e planos sobre pirataria, como se nunca tivessem se separado.
Como se ele e Ace nunca tivessem morrido, separando-os para sempre.
"Não será por muito tempo" - Algo lhe dizia que essas palavras eram mais verdadeiras do que gostaria de acreditar.
-.-.-.-.-.-.-
Era noite do sexto dia quando Franky viu por dentro do Shogun a silhueta de um adolescente. Como ele imaginava, o mesmo Luffy que havia escapado de Zoro, Sanji e Usopp aproximou-se sem problemas maravilhado com a ideia de um robô caminhando pela floresta.
Ele era mais baixo que sua contraparte de 19 anos e seus olhos tinham um brilho de inocência que chegava a doer, em comparação aos de seus capitão. Podia ficar apertado, mas Franky abriu a escotilha do robô, deixando o pequeno Luffy ainda mais maravilhado e o chamando para dentro.
Ao contrário de com o trio derrotado, o menino não hesitou nem um segundo a responder ao chamado.
Passaram o fim da noite do sexto e madrugada do sétimo dia vasculhando a floresta e brincando com as funções do Shogun. O carpinteiro estava agradecido por ter encontrado um dos Luffy's e este estar tão agitado, por que o cansaço estava começando a pega-lo firme e o único que ainda o mantinha acordado era as infinitas perguntas sem pé nem cabeça do garoto.
-...Eeentãaao, aquele trio engraçado eram amigos seus? - Questionou de repente em dado momento da manhã do sétimo dia.
- Sim, eles são SUUUPER confiáveis, você não precisava ter fugido deles, não queriam te fazer mal. Eu sei que Zoro, o espadachim, parece assustador, mas ele é boa pessoa.
- Hmmm....Meu irmão me disse pra nunca confiar nas pessoas da capital de Goa... -Comentou num tom ferido que soava tão fora do personagem.
- Nós não somos de Goa, somos...Piratas! - Decidiu por dizer.
(...)
- Entendo...
Era injusto, não conseguia parar de pensar. Luffy havia feito tanto por Water 7, pelas histórias que ouviu das viagens antes dele entrar no bando, o capitão havia feito o impossível para cada lugar que visitava...Enquanto isso... A cada nova informação que recebia da terra natal do pirata, só o fazia odiar mais o lugar. Os nobres que prenderam Sabo, a queima do Terminal Gray que o loiro contou...Como pessoas eram capazes de queimar vivas outras pessoas e chamar isso de "Limpeza".
E agora, esses traficantes de escravos... Era difícil de acreditar que alguém tão doce e confiante como Monkey D. Luffy havia nascido em um lugar como esse.
Algum dia, eles precisavam fazer uma visitinha a esses nobres malditos dessa ilha...Tinha certeza que os outros Chapéus de Palha iriam apreciam acertar alguns rostos esnobes.